Com três meses de salário atrasado, coveiro deixa de realizar serviço. Abertura de cova é feita por parentes, amigos e voluntários.
Sem coveiro no cemitério público Campo Santo, por conta do atraso no
pagamento dos salários, moradores de Princesa Isabel são obrigados a
cavar, com as próprias mãos, a cova dos parentes.
A denúncia foi feita pelo vereador Irismar Mangueira (PC do B).
Segundo ele, na última segunda (20), a família teve que abrir a cova do
servidor público municipal João Rodrigues Neto, 56, que morreu no
domingo (19), vítima de complicações pulmonares, e foi sepultado na
manhã de ontem.
“Só acreditei porque testemunhei. Fui ao cemitério e vi parentes e
pessoas impactadas com a situação cavando a cova. João Estaquilino
[cunhado] e Cláudio Lucas [genro] fizeram as vezes do coveiro, com o
auxílio voluntário de Erivan Caetano e César Aires. Tirei fotos. É um
descaso geral da Prefeitura”, afirmou.
Segundo Irismar, “o sepultamento de pessoas feito pelos próprios
familiares é algo anormal, uma coisa assombrosa que acontece pela
primeira vez em Princesa Isabel, uma vez que a Prefeitura não paga há
três meses o salário do coveiro Daniel Cardoso”.
“O mototaxista Juraci José da Silva, cunhado do falecido,contou o
ocorrido pra nós enquanto cuidava do funeral ,e, pra se ter uma ideia do
drama vivido pela família , revelou que o servidor lotado na
Infraestrutura morreu com o salário atrasado, justatamente quando mais
necessitava do vencimento, por causa da grave doença que o acometeu,
chegando a falecer”, relatou Irismar.
“Superlotado, sem cuidados, o cemitério não tem nada, tá
completamente abandonado pela administração municipal. Do jeito que vai,
será inevitável fechá-lo para novos sepultamentos. Aqui, tá proibido
morrer. Nem morrer é remédio”, finalizou o parlamentar.
Do Blog do Tião Lucena com o Blog do Zé Duarte
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