terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Cemitério lotado em Santa Rita




Além da falta de vagas, cemitério não possui um banco de informações ou sequer equipamentos para os funcionários.


Alberi Pontes
Ao caminhar pelo cemitério, algo percebido são as covas presentes nos corredores
Antônia da Silva é doméstica e possui um parente enterrado no cemitério Santana I, em de Santa Rita, na Grande João Pessoa, há 4 anos. Encontrar uma vaga no local,segundo ela, não foi tarefa fácil, mas a situação está ainda mais complicada atualmente. A Secretaria de Infraestrutura de Santa Rita reconhece o problema de falta de vagas e superlotação, mas informou, através de assessoria, que, ainda neste primeiro semestre, será feito um levantamento da situação de todos os cemitérios e discutidas alternativas para os locais.
Um dos exemplos de superlotação acontece no cemitério Santana I. A secretária do local, Maria José da Silva, informou que existem hoje mais de 1.500 covas, com um número incontável de defuntos. A imprecisão dos dados reflete a desorganização encontrada no local.
“A gente está se organizando, fazendo um recadastramento, atualizando a documentação das covas. Mas a gente não tem computador nem nada aqui, por isso não temos como fornecer esse levantamento”, declarou.
De acordo com Maria José, que também administra outros três cemitérios da cidade, não há mais vagas nos cemitérios da cidade. No Santana I, ainda assim, pessoas se dirigem diariamente ao local por não terem encontrado vagas em outros cemitérios.
“Nós fazemos milagre aqui. Tem sepultamento que a gente vai fazer, abre uma cova num corredor entre um túmulo e outro e percebemos que já tinha um corpo enterrado ali”, relatou.
Ao caminhar pelo cemitério, algo percebido são as covas presentes nos corredores. Conforme relatou Maria José, elas são feitas provisoriamente, mas, devido à falta de local para colocar os ossos, acabam se tornando permanentes. “As pessoas não têm mais como ter acesso entre um túmulo e outro. Para chegar aos túmulos mais de dentro, tem que pisar em cima de outros. A nossa situação está mesmo precária”, lamentou.
Para piorar a situação, um ossário rachou e desabou em cima de diversos túmulos. Isso aconteceu há mais de um ano e, de acordo com Maria José, apesar das solicitações feitas pela direção do cemitério junto à prefeitura, nada foi feito. “Esse ossário caiu e nem onde colocar os ossos para desocupar as covas a gente tem mais”, completou.
Os trabalhadores do Santana I revelaram que o descaso com o local também pode ser observado na pequena quantidade de funcionários e pelo atraso no pagamento. Apenas três homens são responsáveis pelos sepultamentos, limpeza e manutenção do local. Edmilson da Silva é um deles. Ele trabalha no cemitério há cerca de dez meses e há três está sem receber seu salário.
“Eu sobrevivo da venda de latinhas e garrafas peti. Quando cheguei passei três meses para receber, depois recebi por três meses e agora já faz três meses novamente que estamos sem receber”, declarou.
A falta de estrutura também é relatada por quem trabalha no local como zelador de túmulos. Gilcleide da Silva é contratada por donos de covas e diz que às vezes ajuda até a enterrar defuntos.
De acordo com um dos administradores do cemitério, Nildo Pontes, falta material de trabalho para os funcionários, apesar da solicitação à prefeitura para investimento em enxadas, carros de mão, luvas e botas ter sido feita.
“Nossos funcionários não têm uniforme nem luvas e as botas estão acabadas. A gente já pediu de tudo à prefeitura, e eles prometeram que vão dar uma posição”, declarou.
INFRAESTRUTURA FAZ ANÁLISE DE LOCAIS
A sujeira toma conta do cemitério Santana I, em Santa Rita. Basta caminhar pelo local para perceber pilhas de entulhos em cima de túmulos e ao redor destes, além de partes de árvores e folhas. Um dos administradores do cemitério, Nildo Pontes, disse que o local nunca passou por uma limpeza completa. Ele ainda afirmou que já foram solicitados investimentos para o local.
Segundo Pontes, também falta material de trabalho para os coveiros. “Os funcionários não têm uniforme nem luvas e as botas estão acabadas. A gente já pediu de tudo, estamos em conversa com a prefeitura, e prometeram que vão dar uma posição”, disse.
A Secretaria de Infraestrutura municipal informou através da assessoria de comunicação que Santa Rita possui dez cemitérios. Disse ainda que é de conhecimento da secretaria a superlotação de todos os cemitérios do município e a evidente falta de vagas devido ao constante aumento no número de mortos.
Com relação à expansão, a assessoria disse que ainda neste primeiro semestre será feito um levantamento da situação dos cemitérios para posterior análise da necessidade de expansão. No quesito manutenção,alegou que diariamente são realizadas limpezas e anualmente as estruturas passam por manutenção.
Jornal da Paraiba

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