Além da falta de vagas, cemitério não possui um banco de informações ou sequer equipamentos para os funcionários.
Antônia da Silva é doméstica e possui um
parente enterrado no cemitério Santana I, em de Santa Rita, na Grande
João Pessoa, há 4 anos. Encontrar uma vaga no local,segundo ela, não foi
tarefa fácil, mas a situação está ainda mais complicada atualmente. A
Secretaria de Infraestrutura de Santa Rita reconhece o problema de falta
de vagas e superlotação, mas informou, através de assessoria, que,
ainda neste primeiro semestre, será feito um levantamento da situação de
todos os cemitérios e discutidas alternativas para os locais.
Um dos exemplos de superlotação acontece no cemitério Santana I. A
secretária do local, Maria José da Silva, informou que existem hoje mais
de 1.500 covas, com um número incontável de defuntos. A imprecisão dos
dados reflete a desorganização encontrada no local.
“A gente está se organizando, fazendo um recadastramento, atualizando
a documentação das covas. Mas a gente não tem computador nem nada aqui,
por isso não temos como fornecer esse levantamento”, declarou.
De acordo com Maria José, que também administra outros três
cemitérios da cidade, não há mais vagas nos cemitérios da cidade. No
Santana I, ainda assim, pessoas se dirigem diariamente ao local por não
terem encontrado vagas em outros cemitérios.
“Nós fazemos milagre aqui. Tem sepultamento que a gente vai fazer,
abre uma cova num corredor entre um túmulo e outro e percebemos que já
tinha um corpo enterrado ali”, relatou.
Ao caminhar pelo cemitério, algo percebido são as covas presentes nos
corredores. Conforme relatou Maria José, elas são feitas
provisoriamente, mas, devido à falta de local para colocar os ossos,
acabam se tornando permanentes. “As pessoas não têm mais como ter acesso
entre um túmulo e outro. Para chegar aos túmulos mais de dentro, tem
que pisar em cima de outros. A nossa situação está mesmo precária”,
lamentou.
Para piorar a situação, um ossário rachou e desabou em cima de
diversos túmulos. Isso aconteceu há mais de um ano e, de acordo com
Maria José, apesar das solicitações feitas pela direção do cemitério
junto à prefeitura, nada foi feito. “Esse ossário caiu e nem onde
colocar os ossos para desocupar as covas a gente tem mais”, completou.
Os trabalhadores do Santana I revelaram que o descaso com o local
também pode ser observado na pequena quantidade de funcionários e pelo
atraso no pagamento. Apenas três homens são responsáveis pelos
sepultamentos, limpeza e manutenção do local. Edmilson da Silva é um
deles. Ele trabalha no cemitério há cerca de dez meses e há três está
sem receber seu salário.
“Eu sobrevivo da venda de latinhas e garrafas peti. Quando cheguei
passei três meses para receber, depois recebi por três meses e agora já
faz três meses novamente que estamos sem receber”, declarou.
A falta de estrutura também é relatada por quem trabalha no local
como zelador de túmulos. Gilcleide da Silva é contratada por donos de
covas e diz que às vezes ajuda até a enterrar defuntos.
De acordo com um dos administradores do cemitério, Nildo Pontes,
falta material de trabalho para os funcionários, apesar da solicitação à
prefeitura para investimento em enxadas, carros de mão, luvas e botas
ter sido feita.
“Nossos funcionários não têm uniforme nem luvas e as botas estão
acabadas. A gente já pediu de tudo à prefeitura, e eles prometeram que
vão dar uma posição”, declarou.
INFRAESTRUTURA FAZ ANÁLISE DE LOCAIS
A sujeira toma conta do cemitério Santana I, em Santa Rita. Basta
caminhar pelo local para perceber pilhas de entulhos em cima de túmulos
e ao redor destes, além de partes de árvores e folhas. Um dos
administradores do cemitério, Nildo Pontes, disse que o local nunca
passou por uma limpeza completa. Ele ainda afirmou que já foram
solicitados investimentos para o local.
Segundo Pontes, também falta material de trabalho para os coveiros.
“Os funcionários não têm uniforme nem luvas e as botas estão acabadas. A
gente já pediu de tudo, estamos em conversa com a prefeitura, e
prometeram que vão dar uma posição”, disse.
A Secretaria de Infraestrutura municipal informou através da
assessoria de comunicação que Santa Rita possui dez cemitérios. Disse
ainda que é de conhecimento da secretaria a superlotação de todos os
cemitérios do município e a evidente falta de vagas devido ao constante
aumento no número de mortos.
Com relação à expansão, a assessoria disse que ainda neste primeiro
semestre será feito um levantamento da situação dos cemitérios para
posterior análise da necessidade de expansão. No quesito
manutenção,alegou que diariamente são realizadas limpezas e anualmente
as estruturas passam por manutenção.
Jornal da Paraiba
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