
As festas juninas tem grande influência agrária.
Isto significa que estão ligadas à terra, e à sua fertilidade.
Trazido para o Brasil por influência portuguesa,
o festejo é resultante da aglutinação dos cultos pagãos em louvor a terra como
a data de nascimento do santo católico João, que foi o preparador da vinda de
Cristo. Por outro lado, os pesquisadores do folclore junino consideram Portugal
como o país que conseguiu reunir ao seu espírito religioso as crendices, adivinhas,
agouros e superstições de cultos desaparecidos, muitos deles de origem pagã.
Pela mão do colonizador, o costume de festejar
São João entrou para o Brasil e ficou. Do ambiente rural passou para a cidade.
Nela se procura, entretanto, sempre reviver os costumes rurais. Daí os trajes,
a comida, a música, a dança, e o jeito de falar que nos remetem ao colonizador.
Sempre ligada a expressão de alegria, tristeza,
ou dor, está a dança também presente nas comemorações do ciclo junino.
Uma delas se destaca pela freqüência com que ocorre
e pela alegria: é a Quadrilha.
QUADRILHA –
QUADRILLE
Por volta de 1820 a quadrilha já era dançada no
Brasil. O costume vindo da Europa, como dança aristocrática, trazia porém a
influência de antigas danças folclóricas da Inglaterra, onde desde 1815 já era
dançada, sendo porém de origem francesa.
Surgida na França no século XVIII, a quadrilha originalmente se resumia em seis passos, conhecidos na época como:
- pas d'éte;
- poule;
- pastourelle;
- pantalon;
- boulangère;
terminando com o galop.
Surgida na França no século XVIII, a quadrilha originalmente se resumia em seis passos, conhecidos na época como:

- pas d'éte;
- poule;
- pastourelle;
- pantalon;
- boulangère;
terminando com o galop.
Veio para o Brasil pelas mãos dos mestres de orquestra
de danças francesas.
Por longo tempo o "marcador", nome dado
ao elemento que enumerando as suas diversas partes, determinava a realização
da dança, orientava a mudança dos passos em francês.
Começando com a leveza do "Caminho de Damas",
terminando com um galope que expressava toda a alegria dos pares que dançavam.Sendo
uma dança eminentemente coletiva, sua perfeição se deve sempre ao equilíbrio
dos movimentos, à atuação e ritmo quase sempre desenvolvido nos compassos Binário
e Ternário.
Pertencendo inicialmente à classe aristocrática,
a quadrilha começou porém a se popularizar. Sua aceitação invadiu a zona rural
apresentando grande identidade com os festejos juninos.
Se na classe aristocrática a quadrilha era a parte
mais alta nos festejos dos casamentos quando os noivos eram os dançantes mais
importantes, ao se popularizar ganhou noivos de "mentira", para copiar
uma festa que não era em essência sua, a começar pela língua que determinada
pela voz do marcador, ordenava as mudanças na evolução da dança. Ainda restam
algumas reminescências do francês como: o "balancê", o "anarriê"
e o "anavantur".
Com a popularização das quadrilhas muita coisa
mudou nos trajes, nos calçados, e no estilo marcado de dança.
Assimilada por todo o país, a quadrilha passou
a sofrer as influências regionais, daí surgindo muitas variantes.
- Quadrilha Caipira: (São Paulo)
- Saruê (corruptela de soirée): (Brasil Central)
- Mana-Chica: (Rio de Janeiro)
- Quadrilha: (Sergipe)
- Quadrilha Caipira: (São Paulo)
- Saruê (corruptela de soirée): (Brasil Central)
- Mana-Chica: (Rio de Janeiro)
- Quadrilha: (Sergipe)
Em Aracaju, nota-se uma extraordinária modificação
na quadrilha. Consideramos que as mudanças podem ser identificadas como ocorrendo
mais fortemente na:
- Coreografia;
- Trajes;
- Música.
- Coreografia;
- Trajes;
- Música.
Na quadrilha há um encadeado de passos, gestos,
cores e movimentos. E como pano de fundo dessa mudança, a música é fundamental.
De início o compasso binário determinava a cadência
da quadrilha que, influenciada pelas danças rurais da Normandia e Inglaterra,
passou depois para os salões da Franca no século XVIII, e entrando no Brasil
no século XIX.

De lá para cá, muitas alterações.
Outros ritmos foram se incorporando, o que de certo
modo é normal.
QUE CHEIRO GOSTOSO . . .
No período dos Festejos Juninos há um cheiro gostoso
no ar, que no Nordeste é irresistível. Ele vem da comida junina quase toda ela
à base do milho, plantado geralmente no dia de São José, 19 de março, como manda
a tradição, permitindo que em junho esteja na mesa de todos, transformado em
pamonha, bolo, canjica, mugunzá, pipoca, manauê, ou ainda cozido ou assado na
brasa da fogueira.
O milho é o responsável por
quase toda a culinária que no período junino completa a alegria dos festejos.
O seu preparo em conjunto com outros elementos como coco, sal, canela, cravo,
açúcar e leite, enche o ar de um aroma inconfundível que complementa a alegria
da dança, dos fogos e da sanfona gemendo o fole num forró animado.
Não custa nada experimentar para acertar a fazer
algumas receitas.
Para uns são crenças absurdas, sem nenhuma profundidade,
e por isso mesmo ridículas.
Para outros representam a fé e o crédito em algo,
não sendo portanto analisadas cientificamente.
Há ainda os que preferem o caminho mais cômodo.
Mesmo não acreditando muito é melhor fazer, porque: "se bem não fizer...
mal é que não vai fazer..."
Assim, por uma ou outra razão. o brasileiro sempre
multiplica as crendices e superstições.
O clima nordestino permite mais ainda que elas
se ampliem. O sofrimento pela fome, seca, faz com que o nordestino busque explicações
para fatos que não entende ou que através dos santos e das crenças, consiga
sobreviver ao sofrimento. Para isso prepara meizinhas, reza e faz simpatias.
SIMPATIAS
As simpatias têm um efeito mágico. Consistem na
repetição de um ato que pode levar um fato a acontecer. Os desejos acontecem
por uma relação com o tipo de pedido.
- ENFIAR FACA VIRGEM NA BANANEIRA.
No outro dia amanhece escrito nela o nome da pessoa com quem você vai casar.
- PRENDER UMA FITA NO TRAVESSEIRO E REZAR.
No outro dia, se aparecer solta é porque você vai casar.
- NA VÉSPERA DE SÃO JOÃO COLOCAR UM CRAVO NUM
COPO COM ÁGUA, ÀS 6 HORAS DA NOITE. De manhã veja como está. Se estiver
viçoso é sinal de casamento. Se estiver murcho é sinal de "barricão".
(significa não casar)
- NA NOITE DE SÃO JOÃO JOGUE UM RAMO DE MANJERICÃO
NO TELHADO, DEPOIS DE PASSADO NA FOGUEIRA. Se no outro dia estiver verde,
você vai casar com moço. Se estiver murcho, vai casar com velho.
- NA NOITE DE SÃO JOÃO DÁ-SE NÓ NAS GZUATRO
PONTAS DE UM LENÇOL, TENDO ANTES ESCRITO NELAS OS NOMES DE QUATRO QUERIDOS.
Ao amanhecer, o nó que estiver desmanchado tem o nome da pessoa com quem
vai se casar.
- NUM PRATO COM ÁGUA SE COLOCA VÁRIOS PAPÉIS
COM NOMES. No outro dia ver o papel que abriu e ler o nome escrito, que
será o da pessoa com quem vai casar.
- NA NOITE DE SÃO JOÃO COBRIR O ROSTO COM UM
LENçO E TIRAR UMA PIMENTA DA PIMENTEIRA. Se for verde você casa com um moço.
Se for vermelha seu marido vai ser velho. Se não conseguir pegar em nenhuma
pimenta, azar o seu: não arranja casamento.
- COLOCAR NUMA BACIA COM ÁGUA, DUAS AGULHAS.
Se as agulhas se juntarem é porque você vai casar em breve.
- ATIRAR UMA MOEDA NA FOGUEIRA. No outro
dia ficar esperando o primeiro esmoler; dando a moeda, pergunte o seu nome,
que vai ser o do seu noivo.
- NA NOITE DE SÃO JOÃO PEGAR UM BARALHO, TRAÇAR
TRÉS VEZES E DAR A UMA PESSOA PARA CORTAR. Se a carta for do naipe Ouro.
você vai casar dentro em breve.
- NA NOITE DE SÂO JOÃO OU DE SANTO ANTÕNIO,
COLOQUE ÁGUA NUM PRATO, ACENDA UMA VELA QUE NUNCA FOI USADA E REZE UMA SALVE
RAINHA. VÁ PINGANDO A VELA NA ÁGUA ENQUANTO REZA. Ouando terminar, os pingos
de vela vão formar o nome da pessoa com quem você vai casar.
- NO DIA DE SÃO JOÃO FIGIUE SEM COMER E VÁ JUNTANDO
UM BOCADO DE CADA REFEIÇÂO. DE NOITE, FAÇA DE CONTA QUE VAI ESPERAR ALGUÉM PRA
JANTAR COM A COMIDA QUE JUNTOU NO DIA, E SE DEITE PRA DORMIR. Você vai sonhar
com alguém comendo seu jantar. É com essa pessoa que você vai casar.
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