quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A SERPENTE DA RAIMUNDA (Feia de cara e boa de bunda)

 Rena Bezerra
I
Você conhece a Raimunda?
É essa mesmo exatamente,
Num é que essa serpente
Quis morder a minha bunda.
Foi lá na lagoa funda
Onde eu tava me banhando
Vi o mato balançando
Foi aí que percebi,
Peguei a roupa corri
E fiquei só aguardando.

II
De tanto medo que eu tava
Cai n’água novamente
Senti um bafo tão quente
Que meu pelo arrepiava.
O diabo se aproximava
Querendo me devorar
E eu comecei a olhar
Só com o “biquim do oi”,
Fiquei tonto, fiquei “zanôi”
Quando vi aquele azar.

III
A bicha tinha um olhar pidão
Desses de cabra esmoler
O corpo era de mulher
A cara parecia o cão.
Ela foi estendeu a mão
Me tirou lá da lagoa
Nessa hora tudo entoa
Fiquei mais animadinho,
Como nasci, peladinho
Vendo aquela bicha boa.

IV
Era Raimunda sim senhor
Querendo me devorar
Eu falei: fasta pra lá
Bicho feio que horror.
Ela foi se aproximou
Parecendo o satanás
E me disse; -olhe pra trás
Que você vê o que é bom,
Veja minha caixa de som
Da pra tu ou tu quer mais.

V
A bicha tinha um rabo
Bonito, gostoso e grande
E me disse: -vamos logo homem,ande
Levante logo esse diabo.
Quando eu levantei o cabo
Ela fez uma posição
Eu ajeitei com a mão
Fiz finca-pé e botei,
Com uns dez minutos tirei
Cai deitado no chão.

VI
Ela veio “pro riba deu”
Me alisando com jeito
Peguei no bico do peito
Ela foi e me mordeu.
Me dizendo: -tu ta pensando que eu
Vivo dando a todo macho?
É só nas vezes que eu acho
Um trator como você,
Aí eu gosto de ver
O pau mexendo meu tacho.

VII
Meus amigos o reboliço
Foi gostoso, foi ligeiro
Não sei se fui o primeiro
Mais também num importa isso.
Nas vezes que eu penso nisso
Me encho todo de tara
A força dessa coivara
É imensa, é tão profunda
Essa é nossa Raimunda
Quem ver bunda, não ver cara


Com o Blog do Cmpadre Tião Lucena

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