Quem
vê Andrew Wardle, um inglês de Manchester, não entende como ele pode
reclamar da vida. O cara é bonitão e faz um baita sucesso com a
mulherada.
Diz ele que já levou mais de cem para a cama, mas há um porém que
ele deixou para contar só agora, aos 39 anos. A verdade é que Andrew
nasceu sem pênis.
Sua mãe biológica tinha apenas 17 anos e, quando soube que o garoto
era portador de uma condição chamada extrofia de bexiga, entregou a
criança para adoção.
Extrofia de bexiga, em termos gerais, significa dizer que, quando
Andrew nasceu, o órgão responsável pelo armazenamento de urina se formou
do lado de fora de seu corpo.
Andrew foi adotado por um casal do País de Gales que, além de dar
amor ao cara, pagou a conta do médico e das 15 operações que ele teve
que fazer para que sua bexiga funcionasse normalmente.
Por causa desse entra e sai em hospitais, Andrew sofreu na mão dos
colegas de classe, mas conseguiu esconder seu segredo mais profundo:
embora tivesse nascido com testículos normais, ele não tinha o menor
resquício de pênis em seu corpo.
Foi quando a puberdade chegou que as coisas começaram a ficar mais desesperadoras, mas Andrew deu sorte novamente.
Sua primeira namorada, que ele teve aos 17 anos, era tão legal que
ele pode explicar todos os seus problemas e contar com a total
compreensão dela.
— Eu tive muita sorte. Ela era uma garota encantadora e, por isso,
minha primeira experiência sexual foi boa. Mais tarde, porém, a gente
terminou. Acho que ela queria experimentar coisas que eu não era capaz
de oferecer.
Depois do fim do namoro, Andrew entrou em um espiral de depressão,
passou a abusar de drogas ilícitas e confessou ao jornal The Sun que
chegou até a pensar em suicídio.
— Eu já levei mais de 100 mulheres para a cama. Algumas eram lances
de uma noite só, outras eram mais sérias. Contei 20% da verdade, mas o
fato de eu não ficar tão obcecado com sexo me fez mais atraente. Eu
tinha um charme porque parecia que sexo não era tudo pra mim.
Quando ele saiu da casa dos pais e se mudou para Espanha, as coisas ficaram mais tensas.
— Teve uma menina que me deu porrada na cara! Outra, com quem eu
vivi por um ano, vivia me chifrando. Toda vez que eu contava do meu
problema, era um balde de água fria. Era horrível! Eu passei a tomar
mais drogas para bloquear meus sentimentos e elas fizeram com que eu
ficasse ainda mais depressivo.
Andrew decidiu entrar em contato com sua irmã, Michelle Bailey, e procurar um médico. Então, sua vida mudou para sempre.
— Eu nunca tinha ido a um médico porque achava que não havia nada
que eles pudessem fazer. Voltei para a casa dos meus pais e fui ver a
médica que me operou quando eu era garoto. Ela me disse que a medicina
havia avançado muito e talvez fosse capaz de fazer com que ele tivesse
um pênis totalmente funcional. Fui ver um especialista na
University College, de Londres, e eles fizeram uns testes comigo para
ver se eu era apto para passar pela cirurgia. Felizmente, eu era e
concordei com tudo.
Depois de um ano de exames e três operações, os médicos disseram a
ele que seriam capazes de dar um pênis para Andrew e, se tudo der certo,
ele será capaz de viver como um homem normal.
Foi então que coisas simples como fazer sexo, ter filhos, formar
uma família — que muita gente dá por garantido — começaram a ser aceitas
como possibilidades reais para Andrew.
Andrew espera ansiosamente pelo meio do ano quando passará 12 horas
em cirurgia — a primeira de três — em que serão retirados músculos e
nervos de seu braço para a construção do membro. Na segunda e terceira
operações, os médicos construirão uma uretra para ele — o que fará com
que seu pênis se torne capaz de urinar e ejacular.
Em entrevista ao The Sun, Andrew disse que, pela primeira vez na vida, se sente otimista em relação ao futuro.
Se tudo der certo, Andrew pretende transformar sua história em um livro.
Do R7
Nenhum comentário:
Postar um comentário