sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Grandes passam vergonha na Copa do Brasil e colocam regulamento da CBF em xeque

Fluminense, Internacional e São Paulo, três dos cinco melhores times da Série A do Brasileirão, caíram na Copa do Brasil para três rivais da Série B na quarta-feira. O time carioca e o paulista não seguraram vantagens obtidas em jogos fora de casa na ida e foram derrotados em casa por América-RN e Bragantino, respectivamente. Ambos estão na parte de baixo da Segundona. O Inter perdeu as duas para o Ceará, líder da Série B. Mas nem por isso os três gigantes do futebol brasileiro têm algo a lamentar. 
A CBF permite desde 2013 que equipes não classificadas para a Libertadores via Brasileirão e que não avancem às oitavas de final da Copa do Brasil da temporada seguinte se classifiquem automaticamente para a Copa Sul-americana, torneio continental do segundo semestre. E lá estarão Internacional e São Paulo em 2014. O time gaúcho, por meio de seu Twitter, logo esqueceu a eliminação para o Ceará por 5 a 2 no placar agregado. 
"Em setembro o Colorado inicia a busca pelo bi da Sul-Americana", postou a conta oficial do clube alguns minutos depois da derrota por 3 a 1 no Castelão em Fortaleza. O Fluminense ainda espera a definição da partida entre Santos e Londrina, nesta quinta, para saber se jogará a Sul-americana.
Se o Santos reverter a derrota do jogo de ida - quando perdeu por 2 a 1 no Paraná - será o Fluminense que jogará o torneio continental. Caso seja o Londrina o classificado, o Santos terá o prêmio da vaga. Até o momento, Sport, Vitória, Goiás, São Paulo, Internacional, Bahia e Criciúma estão classificados para a fase brasileira do torneio.
No discurso, nenhum dos técnicos eliminados valorizou a classificação automática para a Sul-americana. Muricy Ramalho chegou a se irritar com insinuações de corpo mole e Marcelo Medeiros, vice de futebol do Inter, disse que a intenção do clube sempre foi avançar às oitavas da Copa do Brasil. "Viemos a Fortaleza para tentar reverter a vitória merecida do Ceará no Beira-Rio. Não jogamos bem no primeiro tempo e iniciamos a segunda etapa com uma postura diferente. Temos que ter humildade e parabenizar o Ceará", disse.
HELIO SUENAGA / Gazeta Press
Jogadores do Bragantino comemoram gol no Morumbi
Porém, o regulamento benevolente com os eliminados desperta suspeitas sobre ao menos a motivação dos clubes para seus jogos na Copa do Brasil. Foi assim em 2013, quando o Náutico e a Ponte Preta chegaram a comemorar uma queda no torneio nacional por causa da participação em uma competição continental. A Ponte até fez a final do torneio sul-americano.
A CBF avalia que não pode fazer nada. Quando a decisão da entidade foi aumentar a duração da Copa do Brasil até o final do ano colocando os times que disputaram a Libertadores no primeiro semestre já nas oitavas, o calendário não suportou a realização simultânea da Sul-americana. 
"Não quero nem falar disso (armação). Algum dia talvez (mudemos o regulamento). O problema é que, no momento em que asseguramos a presença dos times da Libertadores, tivemos que encontrar alguma solução. Se você fizer o exercício, não há como fazer um campeonato e depois o outro sem que haja a superposição", disse o diretor de competições da entidade, Virgílio Elísio, ao site da ESPN em maio. Nesta quinta-feira, mesmo após insistência da reportagem do iG, Elísio pediu que assessores dissessem que não poderia atender. 
"É o preço a se pagar. A Sul-Americana se define somente após a quarta fase da Copa do Brasil. Infelizmente, não temos como contornar isso, a não ser que abríssemos mão das equipes da Libertadores, voltássemos ao processo anterior e perdêssemos no custo-benefício", disse o dirigente da CBF na mesma entrevista há três meses. 
IG

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