Fluminense, Internacional e São Paulo, três dos cinco melhores
times da Série A do Brasileirão, caíram na Copa do Brasil para três
rivais da Série B na quarta-feira. O time carioca e o paulista não
seguraram vantagens obtidas em jogos fora de casa na ida e foram
derrotados em casa por América-RN e Bragantino, respectivamente. Ambos
estão na parte de baixo da Segundona. O Inter perdeu as duas para o
Ceará, líder da Série B. Mas nem por isso os três gigantes do futebol
brasileiro têm algo a lamentar.
A CBF permite desde 2013 que equipes não classificadas
para a Libertadores via Brasileirão e que não avancem às oitavas de
final da Copa do Brasil da temporada seguinte se classifiquem
automaticamente para a Copa Sul-americana, torneio continental do
segundo semestre. E lá estarão Internacional e São Paulo em 2014. O time
gaúcho, por meio de seu Twitter, logo esqueceu a eliminação para o
Ceará por 5 a 2 no placar agregado.
"Em setembro o Colorado inicia a busca pelo bi da Sul-Americana",
postou a conta oficial do clube alguns minutos depois da derrota por 3 a
1 no Castelão em Fortaleza. O Fluminense ainda espera a definição da
partida entre Santos e Londrina, nesta quinta, para saber se jogará a
Sul-americana.
Se o Santos reverter a derrota do jogo de ida - quando perdeu por 2
a 1 no Paraná - será o Fluminense que jogará o torneio continental.
Caso seja o Londrina o classificado, o Santos terá o prêmio da vaga. Até
o momento, Sport, Vitória, Goiás, São Paulo, Internacional, Bahia e
Criciúma estão classificados para a fase brasileira do torneio.
No discurso, nenhum dos técnicos eliminados valorizou a classificação automática para a Sul-americana. Muricy Ramalho chegou a se irritar com insinuações de corpo mole
e Marcelo Medeiros, vice de futebol do Inter, disse que a intenção do
clube sempre foi avançar às oitavas da Copa do Brasil. "Viemos a
Fortaleza para tentar reverter a vitória merecida do Ceará no Beira-Rio.
Não jogamos bem no primeiro tempo e iniciamos a segunda etapa com uma
postura diferente. Temos que ter humildade e parabenizar o Ceará",
disse.
Porém, o regulamento benevolente com os eliminados
desperta suspeitas sobre ao menos a motivação dos clubes para seus jogos
na Copa do Brasil. Foi assim em 2013, quando o Náutico e a Ponte Preta
chegaram a comemorar uma queda no torneio nacional por causa da
participação em uma competição continental. A Ponte até fez a final do
torneio sul-americano.
A CBF avalia que não pode fazer nada. Quando a decisão da entidade
foi aumentar a duração da Copa do Brasil até o final do ano colocando os
times que disputaram a Libertadores no primeiro semestre já nas
oitavas, o calendário não suportou a realização simultânea da
Sul-americana.
"Não quero nem falar disso (armação). Algum dia talvez (mudemos o
regulamento). O problema é que, no momento em que asseguramos a presença
dos times da Libertadores, tivemos que encontrar alguma solução. Se
você fizer o exercício, não há como fazer um campeonato e depois o outro
sem que haja a superposição", disse o diretor de competições da
entidade, Virgílio Elísio, ao site da ESPN em maio. Nesta quinta-feira,
mesmo após insistência da reportagem do iG, Elísio pediu que assessores dissessem que não poderia atender.
"É o preço a se pagar. A Sul-Americana se define somente após a
quarta fase da Copa do Brasil. Infelizmente, não temos como contornar
isso, a não ser que abríssemos mão das equipes da Libertadores,
voltássemos ao processo anterior e perdêssemos no custo-benefício",
disse o dirigente da CBF na mesma entrevista há três meses.
IG
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