Há
uma semana o mundo assiste com perplexidade, as repercussões em torno
do brutal atentado terrorista à revista francesa “Charlie Hebdo”, no
qual 12 pessoas foram mortas, em Paris. As diversas manifestações de
repúdio ao ato terrorista, tomaram conta da França, e ganharam destaques
na imprensa mundial.
Na Paraíba, os chargistas também repudiaram o atentado terrorista, mas
reconheceram que à revista francesa “Charlie Hebdo”, exagerou em suas
publicações com ataques a várias religiões.
O renomado chargista Fred Ozanan classificou a ação como “mais uma
barbárie na história humana” e disse repudiar qualquer ato de violência à
liberdade de expressão. Em entrevista veiculada na TV Paraíba, Fred
enfatizou que os chargistas sempre tiveram uma postura crítica de
estarem a frente de seu tempo.
Fred que é representante dos cartunistas do Brasil na Paraíba, lembrou
que os chargistas usam o humor como forma de denúncia. Para ele, o
ataque a revista Charlie Hebdo, vai causar uma revolução e gerar
mudanças no curso da história.
“Os chargistas sempre estiveram na vanguarda e contra os poderosos. Em
muitas vezes, os chargistas mudaram o curso da história como esse fato
da França.
No entanto, ele admitiu que a revista exagerou em suas provocações, o
que acendeu o estopim da ação terrorista. “Nós repudiamos o ato de
extrema violência. Mas se você olhar as charges da revista francesa em
sequência, existe realmente uma provocação” observou.
O chargista Erinaldo da Silva, o Lila, do Jornal da Paraíba, revelou que
lida com ameaças desde o inicio de sua carreira. Ele disse que acima de
tudo, o profissional deve ser ético, e não pode abusar, fazendo uma
charge que agrida ou desrespeite ninguém.
Para ele, houve sim, exageros por parte dos chargistas franceses. “Eles
exageram um pouco. Mas nada justifica aquele ataque brutal. Até porque,
os chargistas vivem de denúncias e de fazer humor crítico” disse.
O também premiado chargistas paraibano Júlio César, também falou do
risco que os chargistas enfrentam em sua profissão. Através das redes
sociais, Júlio César disse que o mundo não aguenta mais conviver com a
intolerância.
“Me perguntando porque não desenhei algo sobre o atentado na França.
Minha indignação é idêntica a qualquer colega de risco, e risco é o que
muitas vezes o chargista sofre ao criticar sistemas, atitudes e ações”,
repudiou.
O inicio deste século, segundo a visão de Júlio César, que durante anos
trabalhou no extinto Diário da Borborema, vem se caracterizando pela
cultura da intolerância onde as diferenças estão cada dia mais
acentuadas e pouco receptivas.
Para ele, a intolerância religiosa é apenas uma das tantas que assolam o
mundo atual e ela não se limita a França mostrada na TV. “Muitas vezes,
está aqui mesmo fermentando mentes enfraquecidas. Por vezes peguei na
pena para buscar um traço que criticasse tudo, mas, a medida que os
traços eram percorridos uns sobre os outros na busca de um ato criativo,
eles se resumiam na única charge que se consegue enxergar nisto tudo”
revelou.
Severino Lopes
PBAgora
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