A Justiça francesa condenou nesta sexta-feira (18/04) Manuela
González a 30 anos de prisão pelo assassinato do marido em 2008 - uma
mulher também conhecida como "viúva negra" por conta da morte de outros
dois ex-companheiros em circunstâncias estranhas.
O julgamento de Manuela, de 53 anos e em prisão provisória há
quatro anos, foi iniciado na segunda-feira (14/04) no Tribunal Criminal
de Grenoble, no sudeste da França.
Seu marido, Daniel Cano, apareceu morto no assento traseiro do
carro, que foi posto em chamas no dia 31 de outubro de 2008 junto a um
campo da cidade de Villard-Bonnot, localizada perto de Grenoble.
Um mês antes, Cano tinha sobrevivido a um incêndio no quarto em
estranhas circunstâncias. As análises toxicológicas praticadas no corpo
permitiram encontrar no sangue amostras de três soníferos diferentes.
A Promotoria tinha pedido contra Manuela 25 anos de prisão, ao
considerar que apesar da ausência de "provas evidentes", existiam "certo
número de elementos, um encadeamento de fatos, de constatações" que
permitiam reivindicar sua culpabilidade.
Segundo a acusação, o imóvel foi o motivo da morte do marido,
concretamente de quem Manuela -com dívidas e viciada em jogo- esperava
um seguro de vida e um crédito hipotecário que estava previsto caso
morresse.
A mulher foi apelidada de "viúva negra" também pela morte de dois
ex-companheiros: um asfixiado pela fumaça do tubo de escapamento de seu
carro dentro da garagem, após ter tomado remédios, e outro no incêndio
da casa onde vivia, também após ter ingerido remédios.
Essas
mortes contribuíram para alimentar as suspeitas de que outros dois
homens próximos de Manuela ficaram em coma, um deles durante três meses,
em 1983, por um problema de esôfago de origem desconhecida.
Na segunda-feira, segundo relataram os meios de comunicação
franceses, a então acusada assegurou que era inocente e que tinha
intenção de demonstrar isso ao longo da semana, e se disse "abatida" por
este período "recorde" de detenção.
Opera Mundi
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