O
verdadeiro poeta é, sem dúvidas, um ser diferenciado, pois traz na alma
o segredo de desvendar o invisível aos olhos dos seres comuns. Alcançar
noventa anos de vida produzindo versos de singularidade invejável é um
privilégio para poucos mortais e nesse micro universo de privilegiados
de Deus, encontra-se o poeta Ismael Freire que em 30 de julho de 2014
passará a ser um nonagenário poeta a serviço da cultura.
Para
comemorar essa inesquecível data, a Radio Nordeste FM, a Associação de
Arte e Cultura de Guarabira e o Projeto Café com Poeira elaboraram um
calendário de atividades relativo a esse marcante acontecimento
cultural.
Na quarta-feira (30),
às 7h haverá na Casa da Cultura um café da manhã em seguida uma
entrevista coletiva com o poeta onde estará presente toda imprensa
guarabirense.
Na quinta-feira (31),
às 19h30 haverá um sarau com poetas locais destacando a obra do artista
e entrega de “Título de Cidadão Guarabirense” no Teatro Municipal
Geraldo Alverga, concedido pela classe artística de Guarabira. Em
seguida a exibição de um vídeo sobre a vida do poeta.
No dia 1º de agosto,
às 16h, o Projeto Café com Poeira homenageará o poeta com a presença
dos programas itinerantes “Na Fonte do Improviso”, com o poeta Cícero
Felipe; e “Na Voz do Cantador”, com o poeta Valdecir Alexandre; além de
cordelistas, emboladores e repentistas.
Quem é o poeta Ismael Freire?
Ismael
Freire é natural de Bananeiras (PB), nascido no dia 30 de julho de
1924. Chegou para morar em Guarabira no ano de 1940, onde permanece até
hoje. Pela dificuldade que teve de estudar em sua infância, só aprendeu a
ler e a escrever aos 28 anos de idade. Daí para frente despertou no seu
peito o sentimento de poeta e nunca mais parou. Foi violeiro, passando
depois a produzir cordéis e vendê-los de feira em feira ao lado do amigo
Chico Pedrosa – hoje uma referência nacional. Seu primeiro folheto
escrito foi em 1952 com o título “A Profecia do Velho Mensageiro”. Ele
também conheceu e foi amigo de brilhantes cordelistas como os
guarabirenses Manoel Camelo dos Santos e José Camelo de Melo este
último, autor do Pavão Misterioso. Muito inteligente e habilidoso, seu
Ismael desenvolveu outras profissões como: fogueteiro, funileiro,
ferreiro, agricultor e xilógrafo. Hoje, próximo de completar 90 anos, é
um modelo e uma referência para os novos poetas cordelistas
guarabirenses, a exemplo do grande amigo, repentista e poeta Antônio
Costa, que o tem como mestre. Produziu muita coisa ao longo da vida,
parte dela se perdeu, atualmente tem produzido mais de 100 sonetos que
reunidos dará um grande livro. Tudo isso está sob a guarda do neto Joab
Freire, que segue os passos do avô.
Com
invejável lucidez, sempre está a recitar versos para os amigos. Seu
Ismael não se intimida quando o assunto é falar sobre o mais temido
inimigo dos homens: a morte, sobre ela manda esse humorado recado em
forma de verso:
“Já estou velho e cansado
Pouco me importa viver
Da morte tenho certeza
Não posso me esconder
Não corro e nem sou covarde
Seja cedo ou seja tarde
Sempre tenho que morrer”
Pouco me importa viver
Da morte tenho certeza
Não posso me esconder
Não corro e nem sou covarde
Seja cedo ou seja tarde
Sempre tenho que morrer”
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